domingo, 2 de setembro de 2007

Animal Instinct

Viver livre? Liberdade, tão livre como vento? O que é necessário? O que nos difere dos animais socialmente? Eles não vivem em familia, podem pertencer a um bando, mas familia como os seres humanos, não...

Poder correr pela noite, sentindo o ar refrescante da irresponsabilidade, ah, isso não se compra, essa sensação de viver para sempre enquanto durar a noite, ver as luzes que só brilham quando nada mais compete pela atenção, isso sim é liberdade.

Mas tal liberdade não nos está disponivel, para viver-la, é preciso deixar tudo para trás, fugir de tudo e todos, só onde ninguém lhe conhecer, só onde aquele friozinho da barriga lhe incomodar, só lá você terá sua chance, chance de viver tudo aquilo que foi abandonado quando transformamos o nosso bando em familia, quando deixamos de ser lobos e nos tornamos humanos, quando trocamos o frio da geladas florestas ciberianas pelo calor das fábricas e das cidades que nos rodeiam agora.

De dezenas passamos a milhões, mas poucos se lembram do tempo de caça, da emoção, do sabor do sangue quente de nossas vitimas na boca daqueles que atacam, a cruel lei dos caçadores e dos caçados.

Esse tempo de caça não volta, mas aqueles que sentem vontade de viver mais uma vez, sozinhos, no escuro da noite, quem sabe, não tem uma ultima chance...

sábado, 1 de setembro de 2007

Tudo muda...

Quando a noite cai tudo muda, as pessoas ficam mais elétricas, parece que a energia dos letreiros luminosos alimenta os corpos que passam a brilhar no escuro também. O ritmo do coração aumenta, assim como o ritmo da balada fica mais marcado, as luzes das boates piscam hipnotizando todos deixando os aereos, todos meio zumbis, todos se movimentando como um organismo vivo. Mas isso não é tudo, a loucura que toma conta que é o mais interessante, advogados, médicos, professores, jardineiros, todos com as suas vidinhas, se transformam, quando cai a noite, o luar parece enfeitiçar como faz com os animais, parecem querer dançar, beber e caçar, seja comida ou parceiros até o fim, a noite trás o mundo animal para selva de pedra, onde os animais não reinam mais, a emoção da caça retorna com uma ferozidade, de que já não se vê mais. A noite é intensa, é um banquete de emoções, as tribus, os grupos, todos reunidos, vivendo mais uma noite como se fosse a ultima e a unica.

A lua que ilumina embora nunca queira ir, precisa partir, pois o sol não demora a brilhar, então os animais humanos tem que dar por encerrada mais uma noite, mais uma aventura, chega a hora de dormir para se porder viver de novo, na próxima lua.

Podem dizer o que não somos animais, talvez seres racionais, mas, continuamos tão animais como a mil anos atrás.

Para Laiz.